Câncer colorretal: James Van Der Beek alerta sobre sintoma ignorado
O relato de James Van Der Beek
James Van Der Beek, que ficou famoso como Dawson Leery em "Dawson's Creek", compartilhou publicamente sua experiência com o câncer colorretal. O diagnóstico veio em novembro de 2024, quando o ator tinha 46 anos, apesar de manter uma rotina de exercícios, praticar mergulho em água fria e afirmar estar em ótima forma cardiovascular.
A única pista que o levou à suspeita foi uma alteração sutil nos movimentos intestinais. "Eu percebi que minhas fezes estavam diferentes e, na hora, pensei que fosse culpa do creme no café ou do excesso de cafeína", contou Van Der Beek ao site Healthline. Mesmo reduzindo o consumo de café, o padrão não se normalizou, o que o fez marcar uma consulta.
Durante a colonoscopia, o gastroenterologista encontrou um tumor agressivo de estágio 3. O ator descreveu o momento como um choque: "Saí da anestesia me sentindo bem, mas quando o médico explicou que era câncer, o mundo desabou". Ele também revelou que não sabia que a idade recomendada para iniciar a triagem do câncer colorretal havia sido abaixada de 50 para 45 anos.
Desde então, Van Der Beek tem usado sua visibilidade para incentivar a população a fazer o exame preventivo, sobretudo aqueles na faixa dos 40 e poucos anos. Ele destaca que a doença não escolhe quem está em forma ou tem histórico familiar; o que falta muitas vezes é a percepção dos sinais iniciais.
O que dizem os especialistas
Profissionais de saúde reforçam que alterações nos hábitos intestinais são um dos primeiros alertas de um possível câncer no cólon ou reto. O professor Eitan Friedman, oncologista no Sheba Medical Center, em Israel, lista ainda outros sinais que merecem atenção:
- Fadiga persistente, muitas vezes causada por anemia;
- Presença de sangue nas fezes ou no papel higiênico;
- Perda de peso inexplicada;
- Diminuição do apetite;
- Dor ou desconforto abdominal recorrente.
Estudos recentes apontam que a incidência de câncer colorretal em adultos jovens vem crescendo. O caso do ator Chadwick Boseman, que faleceu de câncer colorretal em 2020, trouxe o tema à tona, mas ainda há muita desinformação.
Um ponto crítico é que pessoas jovens costumam ter mais reservas físicas, o que pode mascarar a gravidade dos sintomas e atrasar a busca por atendimento. Quando a doença avança silenciosamente, o tratamento pode exigir intervenções mais intensas, como quimioterapia combinada com cirurgia extensa.
Os protocolos de rastreamento recomendam que, a partir dos 45 anos, indivíduos de risco médio façam uma colonoscopia a cada dez anos. Para quem tem histórico familiar, condições genéticas ou fatores de risco como tabagismo e dieta rica em carnes processadas, a frequência pode ser maior.
Além da colonoscopia, há exames menos invasivos, como o teste de sangue oculto nas fezes (TSOF) e a sigmoidoscopia, que podem ser opções iniciais quando o acesso ao procedimento completo é limitado.
Van Der Beek ressaltou que, depois de remover o café da dieta, ainda sentia as mesmas alterações; foi então que decidiu procurar um médico. Sua mensagem central é clara: não subestime mudanças aparentemente banais no corpo. Um simples ajuste, como agendar a colonoscopia, pode fazer a diferença entre um tratamento curativo e uma luta mais difícil.
Para quem ainda tem dúvidas, a recomendação é conversar com o clínico geral ou gastroenterologista e solicitar orientação sobre o melhor exame de rastreamento, considerando idade, histórico familiar e estilo de vida. A conscientização precoce pode salvar vidas, como demonstra a trajetória de James Van Der Beek.
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