Djokovic pedala na Arc de Triomphe antes do duelo contra Moutet

Quando Novak Djokovic, o tenista sérvio de 38 anos, decidiu trocar a raquete por uma bicicleta, poucos imaginavam que o episódio viraria manchete internacional. Foi na noite de 28 de maio de 2025, pouco antes do seu confronto de segunda‑rodada no Roland Garros contra o francês Corentin Moutet, que o atleta foi flagrado pedalando ao redor do Arc de Triomphe, no coração dos Champs‑Élysées.

Um passeio de adrenalina

O vídeo, originalmente postado por Jon De Lorraine (@jon_delorraine) no Instagram, mostra Djokovic em um macacão azul‑escuro, tênis discretos e, o mais importante, um capacete bem ajustado. Enquanto avançava entre os carros que circulavam no famoso rotatório, um fã gritou "I love you!". O sérvio respondeu com um sorriso largo e devolveu o carinho: "I love you, too".

Na entrevista coletiva depois da vitória sobre Moutet, o tenista explicou que a Geneva Open 2025 lhe rendeu o 100º título da carreira e que o organismo organizador de Roland Garros lhe ofereceu a bicicleta como “presente”. "Eles foram gentis o bastante para me dar uma bicicleta, então eu usei pela primeira vez ontem", afirmou.

Por que o Arc de Triomphe?

O próprio Djokovic descreveu a experiência como "uma mistura de adrenalina e perigo". "Chegamos a estar cercados de carros, foi uma sensação intensa. Não pretendo repetir no mesmo local, mas em ruas menos movimentadas seria mais seguro", alertou. A escolha do local não foi aleatória: o Arco simboliza a vitória, e talvez o atleta tenha visto ali um paralelo com sua própria busca por mais um Grand Slam.

Contexto da campanha parisiense

Antes da pedalada, Djokovic já havia vencido o primeiro jogo contra o americano Mackenzie McDonald em sets retos, mostrando que ainda tem fôlego físico e mental. O duelo contra Moutet, então, não era apenas mais um confronto; ele representava a 12ª vitória consecutiva do sérvio contra jogadores franceses em Roland Garros, um recorde que remonta a 2009, quando Philipp Kohlschreiber impediu o avanço de Djokovic antes das quartas.

Para complicar, o francês, então classificado em 73º no ranking, buscava ser o primeiro a derrotar Djokovic na segunda rodada de um Grand Slam desde Denis Istomin, nos Australian Open 2017. A pressão estava lá, mas a presença de Djokovic nas ruas de Paris com uma bicicleta trouxe um toque de leveza ao grande drama esportivo.

Reação dos fãs e da mídia

Nas redes sociais, o vídeo rapidamente virou trending. Comentários variavam entre "Que visão incrível da cidade!" e "Isso é pura loucura, mas tem de admirar a coragem". O portal espanhol Diario AS rotulou o acontecimento como "uma reviravolta inesperada", destacando que a cena mostrou um lado mais humano do astro, longe dos holofotes das quadras.

Especialistas em marketing esportivo apontam que momentos como esse aumentam a conexão emocional entre atleta e público, gerando engajamento que vai além das estatísticas de pontos e vitórias. "Quando um ícone como Djokovic se permite ser visto como turista, isso humaniza a marca pessoal dele", comentou Ana Lima, consultora de branding.

Impacto na preparação física

Embora a maioria dos tenistas prefira treinos tradicionais, pedalar pode ser um excelente exercício aeróbico, ajuda na resistência e ainda protege as articulações, algo crucial aos 38 anos de idade. Djokovic admitiu que a bicicleta serviu como "um jeito divertido de se manter ativo entre partidas".

Entretanto, ele enfatizou que não pretende transformar a pedalada em rotina de treinos. "Foi uma experiência divertida, mas não deixarei de focar no que realmente importa: a quadra", garantiu.

Próximos passos no torneio

Com a vitória por 6‑3, 6‑2 e 7‑6(1) sobre Moutet, o sérvio avançou para as oitavas de final, onde provavelmente enfrentará o jovem espanhol Carlos Alcaraz, favorito de muitos analistas. A disputa promete ser decisiva na corrida de Djokovic por um 25.º título de Grand Slam, algo que ainda não foi alcançado por nenhum tenista.

Se a bicicleta é sinal de que ele está se sentindo confiante e relaxado, isso pode ser um indício de que o sérvio ainda tem muitas cartas na manga para surpreender, tanto dentro quanto fora da quadra.

O que isso revela sobre a vida de um astro

Além da estratégia de jogo, a cena faz refletir sobre como atletas de elite equilibram necessidade de performance com momentos de lazer. A escolha de percorrer o Arc de Triomphe num dia de competição mostra que, mesmo nos períodos mais intensos, há espaço para pequenas escapadas que alimentam a motivação.