Ferrari perde chance em Baku: erros de estratégia e chuva atrapalham Hamilton e Leclerc

Na última sexta‑feira, a Ferrari parecia ter encontrado o ritmo no Circuito da Cidade de Baku. Lewis Hamilton registrou o melhor tempo na segunda sessão de treinos livres, deixando a equipe com um sorriso confiante de cara para a classificação. Mas o fim de semana tomou outro rumo quando o relógio apertou e a estratégia de pneus entrou em cena.

O erro que custou a partida

No Q2, a corrida foi interrompida por duas bandeiras vermelhas seguidas. Quando a sessão recomeçou, restavam pouco mais de 12 minutos. A equipe optou por colocar Hamilton nos compósitos mais macios disponíveis – os recém‑introduzidos C6 – enquanto seu companheiro Charles Leclerc recebeu os cintos médios C5. A diferença pareceu pequena, mas em Baku a aderência de cada composto tem grande impacto nas voltas curtas.

Hamilton, acostumado a extrair o máximo dos pneus, acabou não conseguindo melhorar o tempo e foi eliminado, concluindo o Q2 em 12º lugar. “Não tínhamos o pneu certo no final”, disse o piloto de forma direta, apontando que a escolha não combinou com a pista ainda quente e com a necessidade de rodar rapidamente entre as interrupções.

Leclerc e a chuva inesperada

Leclerc teve sua própria série de percalços. Na primeira volta do Q2, saiu da pista e acabou invadindo a sessão de Hamilton, forçando a bandeira amarela que fez o britânico abortar sua volta. Mesmo assim, o piloto monegasco avançou para o Q3 usando os pneus médios.

Chegou a hora do último segmento da classificação quando as nuvens começaram a se formar sobre o Estádio de Luz. Enquanto Leclerc dava a volta final, uma fina garoa caiu, tornando a pista escorregadia. O piloto tentou compensar, mas acabou batendo no muro e abandonando a sessão. Sem tempo válido, largou da 10ª posição.

A combinação de quatro períodos de bandeira vermelha, pneus mal escolhidos e a chuva inesperada criou um caos que pegou a Ferrari desprevenida. A equipe, que havia mostrado velocidade nos treinos, viu seu potencial evaporar antes mesmo da largada.

Ambos os pilotos concordaram que a classificação é fundamental em Baku. O circuito, com suas longas retas e poucas oportunidades de ultrapassagem, premia quem parte na frente. “Qualificação é tudo aqui, precisamos melhorar nosso planejamento”, comentou Hamilton após a corrida.

Leclerc, que tem quatro poles na capital do Azerbaijão, lamentou o acidente. “É frustrante perder uma chance assim, especialmente num lugar onde já consegui tanto antes”, afirmou o jovem italiano.

No decorrer da corrida, Hamilton conseguiu subir para a 8ª posição, mas reconheceu que o carro ainda não tinha ritmo suficiente para brigar pelos pods. Leclerc ficou preso no meio‑campo, lutando para ganhar posições contra os demais pilotos.

O fim de semana em Baku reforçou um padrão que tem perseguido a Ferrari em 2024: velocidade nas sessões livres, mas dificuldade em transformar isso em boas posições no grid e, consequentemente, nos resultados finais. As falhas estratégicas, sobretudo a escolha de pneus em momentos críticos, foram apontadas como áreas a serem revisadas.

Com a temporada ainda longe de terminar, a equipe vai analisar os dados de Baku e ajustar seus processos internos. Hamilton e Leclerc deixaram claro que a responsabilidade também é deles, mas que a Ferrari precisa evitar esses tropeços para voltar a competir pelo título.