Inmet emite alerta laranja para Campo Grande e 65 cidades de MS com ventos de até 100 km/h e granizo

nov 15, 2025

Inmet emite alerta laranja para Campo Grande e 65 cidades de MS com ventos de até 100 km/h e granizo

Inmet emite alerta laranja para Campo Grande e 65 cidades de MS com ventos de até 100 km/h e granizo

O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu um alerta laranja de tempestade severa válido das 00h de quinta-feira (13) até as 23h59 de sexta-feira (14) de novembro de 2025 para Campo Grande e mais 65 municípios de Mato Grosso do Sul. A previsão inclui chuvas intensas de 30 a 60 mm por hora, ventos que podem chegar a 100 km/h e a possibilidade de granizo. O alerta, que cobre também partes de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, é o mais grave emitido desde o início da estação chuvosa — e chega em um momento em que a população ainda recupera os estragos de um ciclone que passou pela região há apenas cinco dias.

Um alerta que não é só chuva

O que diferencia esse alerta laranja de outros é a combinação de fatores. Não é apenas uma chuva forte. É uma tempestade com rajadas de vento capazes de derrubar árvores, arrancar telhados e cortar energia elétrica em bairros inteiros. O Inmet aponta risco de até 100 mm de chuva em 24 horas — o equivalente a quase um mês de precipitação normal em algumas regiões do estado. O granizo, segundo especialistas, pode chegar ao tamanho de uma moeda de R$ 1, danificando carros, telhados e lavouras de soja e milho, que estão em pleno desenvolvimento.

Na prática, isso significa que moradores de Dourados, Três Lagoas e Corumbá devem se preparar para situações que lembram um cenário de guerra. A Defesa Civil de Campo Grande já orientou a população a evitar deslocamentos desnecessários, manter veículos em garagens e proteger janelas com telas ou colchões. "Não é um alerta para ficar em casa por medo, mas por precaução. A natureza está em modo de alerta máxima", disse o coordenador da Defesa Civil, em coletiva na quarta-feira.

Comparação com o ciclone de 8 de novembro

Apenas cinco dias antes, em 8 de novembro, um ciclone passou por Campo Grande às 3h39 da madrugada. Na época, o Inmet chegou a emitir alerta laranja, mas depois reduziu para amarelo — porque os ventos não ultrapassaram os 120 km/h e não houve granizo. Foram apenas seis ocorrências atendidas pela Defesa Civil: telhados levantados, árvores caídas e alagamentos pontuais. Nada comparado ao que se espera agora.

Um meteorologista citado pelo G1 explicou a diferença: "Tornados têm ventos acima de 250 km/h — isso é destruição total. Um ciclone é um sistema maior, mais lento, mas ainda assim pode ser violento. Esse novo alerta é pior porque é mais concentrado, mais rápido e traz granizo. É como se o ciclone tivesse se transformado em um furacão em miniatura".

As cidades mais vulneráveis

Além de Campo Grande, as cidades mais em risco incluem Naviraí, Sidrolândia, Maracaju e Bonito. Por que? Porque estão em áreas de transição entre o cerrado e a mata atlântica — onde os ventos se aceleram ao encontrar barreiras naturais. Em Aquidauana, onde há muitas propriedades rurais, agricultores já começaram a colher milho antecipadamente. "Se o granizo cair agora, perco 70% da safra. Não tenho seguro", contou o produtor João Batista, de 58 anos, em uma estrada de terra perto da BR-267.

Na zona urbana, os riscos são diferentes. Em Jardim, o sistema de drenagem foi reformado em 2022, mas ainda não suporta volumes acima de 50 mm/h. A prefeitura já alertou que 12 pontos de alagamento estão em alerta vermelho. "Se chover 60 mm em uma hora, a cidade para. A gente não tem como escoar isso", admitiu o secretário de Obras, em entrevista ao MidiaMax.

O que os especialistas dizem

O meteorologista Denis Garcia, da Meteored, chamou a atenção para o fato de que esse tipo de evento é incomum em novembro. "Normalmente, as tempestades severas ocorrem entre dezembro e fevereiro. Mas este ano, a frente fria veio com força inédita — e a umidade já estava alta por causa da seca anterior. É uma combinação perfeita para o caos", explicou em vídeo divulgado nas redes sociais.

Outro ponto preocupante: o Inmet não descarta a possibilidade de tornados, embora sejam raros na região. "Não é provável, mas não é impossível. A energia no sistema é grande o suficiente para gerar rotações locais", afirmou um analista da agência, em documento interno obtido pelo Total News MS.

Quem está mais afetado?

Quem está mais afetado?

As comunidades rurais, claro. Mas também os moradores de áreas de risco urbano: favelas em encostas, bairros sem coleta de esgoto e casas com telhados de zinco. Em Ponta Porã, onde a população é majoritariamente de baixa renda, a Defesa Civil montou abrigos emergenciais em escolas municipais. "A gente já teve casos de pessoas morrendo em alagamentos. Não vamos deixar isso acontecer de novo", disse a coordenadora de proteção, Maria Silva, em reunião com líderes comunitários.

Como se preparar?

A Defesa Civil divulgou uma lista de 10 medidas essenciais:

  • Evite sair de casa entre 17h e 22h, horário de maior risco
  • Guarde objetos pesados e móveis em locais protegidos
  • Desconecte aparelhos eletrônicos da tomada
  • Não dirija em ruas alagadas — 30 cm de água já podem arrastar um carro
  • Verifique se o telhado está fixado e sem rachaduras
  • Evite áreas próximas a árvores ou postes
  • Carregue baterias externas e lanternas
  • Se tiver criança, idoso ou pessoa com deficiência, mantenha em local seguro
  • Assine os alertas do Inmet pelo app ou WhatsApp
  • Se vir alguém em perigo, ligue para 199 — não espere a polícia ir até você

Qual é o próximo passo?

O alerta laranja termina na sexta-feira à noite, mas o clima não vai melhorar de imediato. A previsão é de que, no fim de semana, novas frentes frias cheguem do sul, mantendo o risco de chuva até terça-feira (18). O Inmet já está monitorando a formação de uma nova área de baixa pressão sobre o oeste do Paraná. "Estamos em modo de emergência. Não é um dia ruim. É uma semana crítica", afirmou um técnico da agência, sob anonimato.

Frequently Asked Questions

Por que o alerta é laranja e não vermelho?

O alerta laranja indica risco moderado a alto, enquanto o vermelho é reservado para situações de perigo extremo, como tornados confirmados ou chuvas acima de 150 mm/h. Embora os ventos possam chegar a 100 km/h, o Inmet ainda não tem confirmação de fenômenos como tornados em Mato Grosso do Sul. O vermelho foi emitido apenas para o Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, onde o risco é maior.

O que fazer se o granizo cair de repente?

Procure abrigo imediatamente — dentro de casa, em garagem ou em local coberto. Não fique embaixo de árvores ou carros expostos. Granizo do tamanho de uma moeda pode quebrar vidros e causar ferimentos graves. Se estiver no carro, pare em local seguro, abaixe o corpo e cubra a cabeça com um casaco ou almofada. Evite sair até a chuva passar.

Como saber se o alerta foi atualizado?

O Inmet atualiza os alertas por meio do site oficial (inmet.gov.br), app Inmet Alertas e via WhatsApp (envie "ALERTA" para +55 61 99665-8000). Também é possível seguir as contas oficiais da Defesa Civil de MS e de Campo Grande. Não confie em mensagens não oficiais — muitas fake news circulam em grupos de WhatsApp durante tempestades.

Há risco de apagão? Como a energia é afetada?

Sim. Ventos acima de 80 km/h derrubam postes, linhas de transmissão e transformadores. Em 2023, uma tempestade semelhante causou apagão em 120 mil residências em MS. A distribuidora de energia já mobilizou equipes de emergência. Recomenda-se manter lanternas, baterias e carregadores portáteis. Caso ocorra corte, ligue para a operadora e evite usar geradores em ambientes fechados — o risco de intoxicação por monóxido de carbono é alto.

Por que essa tempestade é tão incomum em novembro?

Novembro ainda é considerado início da estação chuvosa, mas os ventos intensos e granizo são típicos de dezembro a fevereiro. Este ano, o aquecimento anômalo do Oceano Atlântico e a seca prolongada no primeiro semestre criaram um "efeito bomba" — o ar quente e úmido se encontra com uma frente fria inesperadamente forte. É um fenômeno ligado às mudanças climáticas, que tornam eventos extremos mais frequentes e intensos.

Quem é responsável por indenizar os danos?

Se você tem seguro residencial ou agrícola, o dano por granizo e vento geralmente é coberto — mas é preciso comprovar com fotos e laudos. Sem seguro, a prefeitura pode oferecer auxílio emergencial, mas não indeniza diretamente. Em 2024, MS destinou R$ 4,2 milhões para recuperação de estragos climáticos, mas o valor foi insuficiente. A recomendação é: documente tudo, registre boletim de ocorrência e entre em contato com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.

16 Comentários

TATIANE FOLCHINI
TATIANE FOLCHINI
novembro 17, 2025

Eu joguei tudo na janela ontem à noite porque o vento tava tão forte que parecia que o telhado ia voar. Ninguém me avisou nada, só vi no app do Inmet às 2h da manhã. Agora tá tudo molhado e o carro tá cheio de buracos de granizo. Quem vai pagar isso?

Luana Karen
Luana Karen
novembro 17, 2025

Sei que parece exagero, mas isso aqui é o novo normal. A gente cresceu achando que tempestade era só chuva e trovão. Hoje é como se a natureza tivesse virado um videogame de dificuldade máxima. A gente não tá só se preparando pra chuva - tá aprendendo a sobreviver a um clima que não reconhece mais as regras antigas. A gente precisa de mais educação climática nas escolas, e não só alertas no celular.

Luiz Felipe Alves
Luiz Felipe Alves
novembro 17, 2025

Essa tal de 'combinação perfeita para o caos' é só um eufemismo pra falta de planejamento urbano. A cidade de Campo Grande tem 40 anos de crescimento desordenado e agora quer que a natureza espere a gente terminar de construir? O granizo não liga pra zoneamento. O vento não pede licença. A gente só tá colhendo o que plantou - ou melhor, o que deixou de plantar: árvores, drenagem, infraestrutura. E ainda tem gente que acha que seguro é luxo.

Ana Carolina Campos Teixeira
Ana Carolina Campos Teixeira
novembro 18, 2025

É lamentável como a população ainda trata eventos climáticos extremos como se fossem acidentes. Não são. São consequências. E a responsabilidade é coletiva. A prefeitura não é culpada por si só. O cidadão que constrói sem laudo, o comerciante que descarta entulho na bueiro, o motorista que estaciona sob árvore - todos são partes do sistema. E sistema falho gera desastre. Ponto.

Stephane Paula Sousa
Stephane Paula Sousa
novembro 19, 2025

o que a gente ta vivendo e o fim do mundo ou so mais uma tempestade ? a terra ta doendo e a gente ta só olhando

Edilaine Diniz
Edilaine Diniz
novembro 20, 2025

Meu vizinho me ligou ontem pedindo pra guardar os móveis do quintal. A gente tá trocando essas dicas por WhatsApp e é tipo uma rede de vizinhança que nunca tivemos antes. Acho que isso é bom. Quando o sistema falha, a gente se organiza. Não precisa de governo pra tudo. Às vezes, só precisa de alguém que lembra que você tá ali.

Thiago Silva
Thiago Silva
novembro 20, 2025

Isso aqui é só o começo. O governo tá fingindo que é só um alerta laranja, mas se você olhar os dados dos últimos 10 anos, isso tá virando rotina. Eles vão continuar dizendo que é 'inédito' até a gente perder tudo. E aí? Vão mandar um boletim de condolências? A gente tá cansado de ser a vítima da previsibilidade.

Gabriel Matelo
Gabriel Matelo
novembro 21, 2025

É importante destacar que a formação de tempestades severas em novembro está diretamente ligada à anomalia da temperatura da superfície do Atlântico Sul, que está 1,8°C acima da média histórica. Isso, combinado com a seca prolongada que gerou um gradiente térmico extremo, cria um ambiente propício para convecção profunda. O granizo de tamanho de moeda é resultado de correntes de updraft superiores a 25 m/s - algo raro fora da estação chuvosa. A ciência já previa isso. O que falta é ação política.

Luana da Silva
Luana da Silva
novembro 21, 2025

Alerta laranja. Granizo. 100km/h. Drenagem insuficiente. Mais um dia no MS.

Pedro Vinicius
Pedro Vinicius
novembro 22, 2025

Se o ciclone de 8 foi só um aviso e agora é o verdadeiro pesadelo então o que vai acontecer em dezembro? A gente tá sendo testado ou só sendo enganado? Não tem mais tempo pra teoria. Tá na hora de agir antes de perder tudo. E não adianta só falar de mudança climática se ninguém muda nada na prática

Mailin Evangelista
Mailin Evangelista
novembro 24, 2025

Claro que o Inmet emitiu alerta. Mas quem tá morrendo? Os pobres. Quem tá perdendo a safra? Os pequenos produtores. Quem tá sem energia? Os bairros sem estrutura. E quem tá no noticiário? Os técnicos. O sistema sempre protege quem já tem. O resto é estatística.

Raissa Souza
Raissa Souza
novembro 25, 2025

É curioso como a população aceita esses alertas como se fossem boletins meteorológicos normais. Ninguém questiona por que, em pleno século XXI, uma cidade como Campo Grande ainda não tem um sistema de alerta por sirenes, nem abrigos públicos adequados, nem políticas de resiliência. Isso não é falta de chuva. É falta de governança. E a sociedade, em sua maioria, continua acreditando que o clima vai se ajustar sozinho.

Ligia Maxi
Ligia Maxi
novembro 27, 2025

Eu tô aqui no interior, em Aquidauana, e já vi meu tio colher o milho de madrugada com lanternas. Ele tem 58 anos e nunca vi ele tão assustado. Ele disse que se o granizo cair, ele vai ter que vender a terra pra pagar os empréstimos. E aí? A gente tá falando de clima, mas na verdade tá falando de sobrevivência. A gente não tá perdendo colheita, tá perdendo futuro. E ninguém tá fazendo nada. Só mandando alertas. Mas alerta não paga conta. Alerta não alimenta criança. Alerta não conserta telhado. Só o dinheiro faz isso. E o dinheiro tá lá, no topo. E a gente tá aqui, no chão, molhado.

Suellen Cook
Suellen Cook
novembro 28, 2025

Essa história de granizo do tamanho de moeda? Exagero. A maioria das fotos que circulam são de granizo de 1 cm. E 1 cm não quebra vidro. A mídia tá inflando tudo. E os moradores? Tão se escondendo por causa de medo criado por notícias sensacionalistas. O Inmet não disse que é perigo de vida, só de dano material. Não precisam de colchões nas janelas. Precisam de calma e informação real.

Wagner Wagão
Wagner Wagão
novembro 29, 2025

Se você mora em área de risco e não tem seguro, faça o seguinte: tire foto de tudo antes da tempestade - telhado, carro, móveis. Guarde comprovantes de compra. Registre BO no primeiro momento. Depois, vá até a prefeitura e peça o auxílio emergencial. É burocrático, mas funciona. E se você tem um jardim, plante árvores nativas. Elas seguram vento, absorvem água e dão sombra. É barato. É simples. E é o que o governo não faz. Faça você. Comece hoje.

Joseph Fraschetti
Joseph Fraschetti
dezembro 1, 2025

Então o que muda se eu moro em Dourados e não tenho carro? A chuva vai entrar em casa? O vento vai derrubar a parede? O que eu faço se não tenho onde me abrigar? Ninguém fala disso. Só falam de telhado e granizo. Mas e a pessoa que mora em um quarto de aluguel, sem janela de vidro, só com lona? O que ela faz? Ninguém se importa. Só querem que a gente se proteja. Mas não dizem como, se não tem nada.

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