Raio X do Investidor Brasileiro: 10 descobertas que mudaram a forma como o brasileiro investe

O retrato do investidor brasileiro segundo a ANBIMA
Pouca gente imagina, mas as escolhas de investimento do brasileiro mudaram radicalmente nos últimos dez anos. E não é chute: dá pra falar disso com números na mão graças ao 'Raio X do Investidor Brasileiro', pesquisa da ANBIMA que virou referência em bancos, nas mãos de quem pensa leis e até nas decisões do STF. Desde 2015, a ANBIMA — que nasceu da união de representantes dos bancos e do mercado financeiro — faz esse levantamento com a Datafolha, entrevistando gente de todas as idades e classes sociais, dos superativos aos aposentados e até quem não tem renda.
Esse estudo acompanha gente da classe A/B até a D/E, mostrando quem são, como lidam com dinheiro, o que fazem quando o calo aperta e até como pensam em garantir o futuro. Por isso, os resultados ganharam peso: todo mundo do mercado olha pra ele antes de lançar produto ou criar regra.
As dez maiores viradas do comportamento financeiro no Brasil
Vai além de saber quem coloca dinheiro na poupança ou vai no Tesouro Direto. O estudo escancara mudanças profundas. Olha só os pontos que mais chamaram atenção nesses dez anos:
- Investidor brasileiro saindo do armário: O percentual de brasileiros investindo não para de crescer, não só entre os mais ricos, mas também entre classes médias e baixas. Não é só elite querendo multiplicar dinheiro — a galera comum já fala até de renda fixa na roda de conversa.
- Geração faz diferença: Geração X e Millennials (pessoal dos 29 aos 63 anos) são os que mais pensam e se preocupam com o destino do dinheiro investido. Os mais jovens curtem novidades, mas essa faixa é quem busca fazer escolhas mais conscientes.
- Força diante das crises: Quando a economia desanda (como aconteceu em 2022), muita gente segura firme: corta gastos, controla despesas e só parte para empréstimo ou vende bens como último recurso. Isso mostra uma maturidade que não se via antes.
- Porquê cada um investe: Motivo de guardar dinheiro mudou. Poupança ainda é vista como segura (24%), mas quem vai para o Tesouro quer retorno (49%), e a facilidade manda quando o brasileiro decide investir em ações (59%). Cada produto, um jeito diferente de pensar no futuro.
- O digital entrando de leve: O tema moedas digitais cresce devagar — foi de 43% para 45% de conhecimento geral desde 2017, mas entre jovens (16 a 34 anos) o interesse já é muito maior. A tal da transformação digital chega, mas com jeitinho brasileiro.
- Falta de educação financeira: Ainda tem muita gente perdida quando o assunto é investir de verdade. ANBIMA mexeu nisso e criou programas para três públicos: mercado, investidores e a galera em geral, tentando tapar o buraco da informação.
- Crise traz mudança de hábito: Com dificuldade financeira, uns sacam dinheiro do investimento ou vendem bens, mas boa parte passa a cuidar mais das próprias finanças. Brasileiro aprendeu a controlar melhor a vida financeira pra não passar perrengue desnecessário.
- Otimismo mesmo na dificuldade: Mesmo quando a coisa aperta, brasileiro não perde a esperança. A maioria acredita que as coisas podem melhorar — e isso faz diferença na hora das decisões.
- Olho na aposentadoria: O interesse por previdência privada cresceu. Mesmo assim, ainda tem um enorme grupo sem planejamento, só que o tema está mais presente nas conversas e virou alerta entre todas as idades.
- Novos jeitos de apostar: Agora, além de ação e poupança, surgem os “bets”. Mistura de entretenimento e investimento, mostra uma fronteira cada vez menor entre lazer e o universo financeiro.
Ao longo desses anos, o método da pesquisa se manteve firme, mas ficou mais esperto para captar o que de fato muda na vida real. ANBIMA também não parou: colocou na praça cursos e conteúdos para ajudar desde profissionais até quem mal sabe o que é CDI. Tudo partindo da ideia que cuidar do próprio dinheiro é o único caminho para garantir escolhas melhores, seja pra pagar o boleto do mês ou realizar o sonho lá na frente.
Essas descobertas são ouro para quem monta produtos bancários, cria regras ou pensa políticas para o país. Saber como o brasileiro trata o próprio dinheiro não é só curiosidade: é entender como o presente e o futuro financeira se misturam na vida de gente de todas as idades e bolsos.
Escreva um comentário