Falecimento no trabalho: o que fazer e como prevenir
É chocante pensar que um acidente pode terminar em falecimento, mas a realidade mostra que ainda há muito a melhorar nas empresas. Se você já viu notícias sobre mortes em canteiros de obra, fábricas ou até escritórios, sabe que a dor vai além das famílias: afeta colegas, gestores e toda a cultura organizacional.
Primeiro, vamos entender as causas mais comuns. Quedas de altura, contato com máquinas sem proteção, exposição a substâncias tóxicas e falhas no fornecimento de Equipamento de Proteção Individual (EPI) são os vilões que aparecem repetidamente nos boletins de ocorrência. Quando esses fatores se combinam com falta de treinamento, o risco de falecimento dispara.
Como prevenir falecimentos no dia a dia
Prevenção começa com planejamento. Todo projeto deve incluir uma Análise Preliminar de Risco (APR) que identifique situações de risco de morte. A norma NR-6 exige EPI adequado, mas isso só funciona se o colaborador usar corretamente e se a empresa garantir manutenção e reposição. Treinamentos curtos, porém frequentes, ajudam a transformar a segurança em hábito.
Outra dica prática: mantém a sinalização visível e em linguagem simples. Sinal de “perigo de queda” ou “área restrita” deve ser reconhecível mesmo para quem não entende de normas técnicas. Se o trabalhador não entende o aviso, a segurança falha.
O que fazer imediatamente após um falecimento
Se, infelizmente, um falecimento ocorrer, a reação rápida salva a empresa de maiores problemas. Primeiro, acione o socorro e registre tudo em detalhe: hora, local, condições ambientais e quem estava presente. Esse registro será a base para a investigação oficial e para o relatório interno.
Depois, notifique o setor de recursos humanos e a comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA). Eles devem acionar a seguradora, orientar a família e garantir o pagamento dos benefícios legais, como o auxílio-funeral e a pensão por dependentes.
É crucial comunicar o evento ao órgão fiscalizador (eSocial, Ministério do Trabalho) dentro do prazo legal, geralmente 24 horas. A falta de comunicação pode gerar multas pesadas e danos à reputação da empresa.
Por fim, não deixe o acidente cair no esquecimento. Realize uma reunião de aprendizado (debrief) com todos os colaboradores, destaque o que deu errado e crie um plano de ação para corrigir as falhas. Essa transparência ajuda a reconstruir a confiança e a prevenir novos incidentes.
Em resumo, falecimentos no trabalho são evitáveis quando a empresa investe em treinamento, sinalização clara e EPIs de qualidade. Quando a tragédia acontece, a resposta rápida, o registro correto e a comunicação transparente são essenciais para minimizar o impacto e garantir que a lição seja aprendida.